Bucho e a Ordem
Não é honesto tirar as frases, curtas que sejam como esta, do seu contexto. Mas há excepções. Não sei o que se passa, na verdade, em Setúbal, mas não deve ser muito diferente do que se passa na Amadora, no Cacém ou em alguns "hostel" dos bairros mais ou menos "históricos" da capital. Não sei o que passa, não sei nada do que se passa, sobtetudo não sei o que se passa e é consentido pelas, para usar este termo lindíssimo, "autoridades competentes".
Também não sei - nem me interessa, na verdade - o que os jovens ou os adultos ou lá quem fôr faz em Setúbal. Interessa-me, isso sim, o que a Protecção Civil, a PSP e a GNR fazem nas horas vagas (ou mesmo nas outras), seja em Setúbal, na Cova da Iria ou Caparica.
Sou, ao contrário de Bucho, um ignorante.
Mas, se fosse Bucho - e não sendo eu Molero - e fizesse questão de dizer o que o pobre homem diz, teria muito cuidado ao dizer que as pessoas terão de se comportar melhor. É que a afirmação, lida assim na oblíqua (que é a orientação que a maioria usa para ler as coisas, acaso as pessoas que ainda não chegaram ao século XXI não saibam), cheira a bafio e, se formos um pouco mais longe, parece corrobar aquela ideia - longe da minha, longe da minha... - de que há pessoas que fazem uso de uma crise sanitária para impor a ordem que vai na cabeça das "autoridades competentes".
(imagem: @westinasia, 2020)
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